Burnout: como evitar o esgotamento profissional da sua equipe
Todo mundo quer funcionários que ajudem a empresa a atingir o índice máximo de produtividade. Mas quando essa cobrança e pressão contínua para bater metas compromete o bem-estar organizacional, você está aceitando o risco de causar prejuízos na carreira e saúde dos seus colaboradores.
Esse exagero pode acarretar em um colapso de exaustão física e emocional que nós chamamos de Síndrome de Burnout. Esse esgotamento profissional é um problema real. Segundo um estudo da International Stress Management Association no Brasil, o número de pessoas economicamente ativas sofrendo com sintomas do burnout passa dos 30 milhões.
Em um cenário amplificado pelas lentes da crise econômica e do Home Office, aprender a colocar o ser humano como ponto central do sucesso de projetos, ou seja, ter uma gestão estratégica de pessoas, faz toda a diferença na hora de equilibrar produtividade com bem-estar.
Para entender melhor sobre o esgotamento profissional e por que ele está se tornando cada vez mais presente no ambiente corporativo, continue lendo!
O que é a síndrome de burnout
A Síndrome de Burnout, conhecida também por Síndrome do Esgotamento Profissional, atinge cerca de 33 milhões de brasileiros. Trata-se de um distúrbio psíquico de caráter depressivo, resultante do cansaço mental, emocional e físico no ambiente profissional.
Quando o esgotamento é completo, o funcionamento, seja ele profissional ou pessoal, chega a níveis de total incapacidade. Você se torna lento, com dificuldade de responder às tarefas simples do cotidiano e sair da cama fica cada vez mais difícil.
O burnout pode ser causado pelo excesso de tarefas e de horas extras, relações tensas, alto nível de exigência de produtividade e longas jornadas ininterruptas. Todos esses fatores comprometem o tempo de dedicação à vida pessoal, ao lazer ou à família, hábitos fundamentais para uma boa qualidade de vida.
Como identificar os sintomas do burnout
Os sintomas do burnout são caracterizados por três pilares: a exaustão física e emocional, o cinismo e desapego, e sentimentos de ineficácia e falta de realização.
Quando falamos sobre exaustão, podemos perceber fadiga crônica, insônia, esquecimento, dificuldade de concentração, sistema imunológico enfraquecido, perda de apetite, crises de ansiedade, depressão, raiva e sintomas físicos (palpitações cardíacas, dor de cabeça, dor gastrointestinal, etc).
O cinismo e desapego se manifestam a partir da perda de prazer, do pessimismo, do isolamento e da desconexão com o ambiente.
Por último, a falta de eficácia e realização tornam quase impossível ser produtivo, e o desempenho cai significativamente.
Estes sintomas se diferenciam do estresse em questão de grau; ou seja, quanto mais cedo perceber e tratar, mais fácil é evitar o burnout.
A importância de uma boa gestão estratégica de pessoas nas organizações
Nesse momento, gestores e líderes devem estar atentos ao fato de que ter um empreendimento bem-sucedido requer dedicação, flexibilidade e muita atenção para liderar não só os negócios, mas também a saúde e o bem-estar de seus colaboradores.
Cobrar e pressionar por uma alta produtividade pode causar o efeito inverso. Quando colaboradores sofrem de burnout, há um aumento de erros de execução e baixa produtividade. Então, é necessário ter colaboradores saudáveis para que a organização não adoeça.
A comunicação, neste quesito, passa a ser fundamental para motivar e despertar a “sensação de pertencimento” nos colaboradores. Visto que, no ponto de vista psicológico, essa sensação de desconexão com o ambiente e os colegas, é um dos principais gatilhos para o desenvolvimento da Síndrome de Burnout. O resultado é um aumento de 2,6 vezes na taxa de rotatividade da empresa.
Com o atual crescimento da adesão ao Home Office, a comunicação interna deve ser ainda mais estruturada para garantir o alinhamento de interesses entre colaboradores e organização. Isso porque o ser humano é naturalmente um ser coletivo e o distanciamento físico se torna um fator crítico.
Não é exagero afirmar que síndromes, como a Síndrome de Burnout, são resultado de uma má gestão estratégica de pessoas.
Engaje sem comprometer o bem-estar
Sim é possível manter sua equipe engajada e produtiva sem comprometer o bem-estar organizacional. Você, empresário, pode adotar estratégias simples de estímulos positivos, desenvolvendo empatia, colaboração e comunicação.
Essas habilidades não só evitam ambientes propensos ao burnout, mas também lhe tornam um verdadeiro líder. Então, fique atento às dicas:
Comunicação é a chave de tudo
Manter um canal aberto para o diálogo, sem que os colaboradores se sintam inseguros e envergonhados, é fundamental para conseguir entender as expectativas com relação ao crescimento profissional de cada um.
Além disso, é um espaço para que você consiga explicar o que espera do funcionário, criando uma noção de valorização e pertencimento.
Permita que seus colaboradores digam “não”
Parte também de uma comunicação interna forte e amigável. Permitir que seus colaboradores digam “não” quando eles não estão se sentindo confortáveis evita um ambiente autoritário e tarefas com baixa qualidade.
Para isso, deve-se entender a necessidade de uma cultura de priorização de demandas, que irá manter o funcionário motivado e engajado. Respeitar o momento de relaxamento dos seus colaboradores também faz toda a diferença; você deve cobrar apenas durante o horário de trabalho.
Valorize e reconheça seus profissionais
Um gestor que entrega feedbacks apenas na hora de criticar e pedir correções, abala a autoestima até mesmo do funcionário mais seguro de si.
Reconheça os atributos individuais de cada um dos seus colaboradores e faça questão de deixar claro que você os aprecia.
A criação de planos de carreira e orientação profissional mostra que você enxerga uma perspectiva para eles dentro da companhia, e que está atento aos seus objetivos. Logo, eles tendem a se engajar com os objetivos da empresa.
Construa um espaço para socialização
O relacionamento entre pessoas deve ser valorizado. Crie um ambiente onde as pessoas se sintam à vontade para interagir umas com as outras; a socialização não precisa se restringir a termos do trabalho.
Você pode encontrar maneiras criativas de celebrar sucessos individuais e coletivos dentro da empresa, construindo uma cultura corporativa forte.
Sofrer com a Síndrome de Burnout nada tem a ver com a capacidade profissional de alguém. Até mesmo o colaborador mais engajado, motivado e qualificado pode passar por esgotamento profissional. No entanto, saber evitar e lidar com esta situação é um bom indicativo de liderança de um gestor.
Está na hora de adotar medidas para se tornar este líder, vamos lá?
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